Edição 25 – abril/2016 - Entrevista do mês

Entrevista do Mês: Regiane Queija

Nesta edição do Heppa! Online, confira o bate-papo com Regiane Queija. Durante 15 anos ela atuou na AccorHotels América do Sul. Este mês, a colaboradora deixou o cargo de Asset Management para assumir o desafio de ser Diretora Financeira AccorHotels México, América Central e Caribe.

Você assumiu recentemente a Diretoria Financeira da AccorHotels México, América Central e Caribe. Fale sobre a função que está exercendo e as suas expectativas.

Estava buscando por uma mobilidade internacional e eu já havia me posicionado sobre isso há algum tempo. Quando surgiu essa vaga para o México, me candidatei via AccorJobs e participei do processo seletivo global, que foi transparente e com a participação de colaboradores de outros países.

Assumi em abril a Diretoria Financeira & Administrativa para México, Centro América e Caribe, na qual a AccorHotels está presente em cinco países: México, Cuba, República Dominicana, Panamá e Guatemala, com 25 unidades abertas. É uma região com menor número de hotéis, mas não menos interessante, se comparada à América do Sul. A minha rotina está no âmbito de uma pequena empresa, já que a Sede possui uma estrutura mais enxuta, com 30 colaboradores aproximadamente. Minha equipe é formada por 20 colaboradores, principalmente contadores que prestam serviços aos hotéis e uma novidade para mim, a área de TI. A estrutura pequena é interessante justamente porque permite que eu trabalhe com bastante autonomia. Nesse formato, acabamos tocando todos os assuntos, em uma dimensão mais humana na qual conseguimos conhecer cada colaborador pelo nome, pela função, se envolver mais em todos os assuntos e ainda assim ter uma visão global.

Vim de mudança e estou baseada na Cidade do México, onde fica a Sede da AccorHotels. O principal país é o México, onde estão 18 dos 25 hotéis da região. Cuba está vivendo um momento histórico, de abertura de mercado, e será muito interessante acompanhar como a empresa conseguirá se posicionar, são muitas as expectativas em torno do desenvolvimento.

Estou na AccorHotels há 15 anos, comecei a trabalhar na empresa na França. Eu tinha saído do Brasil para estudar no país durante um semestre, e voltei de lá com uma bagagem incrível e vários casamentos, em todos os sentidos: encontrei meu marido, encontrei a França em si, país pelo qual me apaixonei, e encontrei a AccorHotels. É muito bacana você poder ir para o desconhecido e não saber como voltará. Agora, depois de 15 anos no Brasil, dei mais uma vez um passo para o desconhecido, de uma certa forma, mas, apesar do frio na barriga, sabemos que virão coisas muito boas.

Os colaboradores mexicanos são acolhedores, a cultura Feel Welcome é muito presente, todos me receberam de braços abertos. Estou muito feliz e com grande expectativa.

Quais são os principais desafios que terá neste ano por conta da sua nova posição?

O primeiro é o desafio de adaptação em um novo país, mas essa parte de conhecer novas culturas é exatamente o que eu estava buscando. É um projeto de família, meu marido e nossas duas filhas se mudaram comigo, todos aprenderão a falar espanhol, irão descobrir uma nova região, um novo povo e novas formas de olhar o mundo.

O México, onde está a maior parte dos hotéis, é sem dúvida um grande desafio. E o fato de assumir como número um em todas as tarefas de finanças traz também responsabilidades. A primeira é a de fazer uma transição tranquila, onde tudo flua, as atividades financeiras e administrativas, questões de tesouraria e caixa, de controle e riscos, jurídico, seguros e também TI. Outro ponto bastante desafiador é Cuba, um país completamente diferente dos que conheço, onde há duas moedas, restrições de câmbio, onde a internet ainda não funciona bem. Temos três hotéis em Cuba, mas há a expectativa de conseguir alcançar um número mais expressivo de unidades, e, com a abertura que o país vive atualmente, o turismo deve ser impulsionado. Queremos rapidamente progredir neste país.

O México não pertence à região da América do Sul, atualmente. Acha que isso é um desafio a mais ao assumir essa posição?

Sem dúvida. O México é a 2ª economia da América Latina, muito dinâmico e recebe cerca de 30 milhões de turistas por ano. Um mercado fantástico para o turismo, somado a sua beleza natural e história.

O país teve vários momentos dentro da AccorHotels e, atualmente, se reporta para a América do Norte. Esse fato faz parte da atratividade da mudança para mim, por eu ter deixado o conforto no qual eu conhecia todas as equipes. O México sofre influência norte-americana, devido à sua posição geográfica. Poder viver toda essa relação, como as eleições americanas, que neste ano irão influenciar os negócios, será um desafio.

Cada vez mais, as mulheres estão exercendo papel de liderança na companhia. Você é um exemplo disso. Para você, qual é a importância do protagonismo feminino no ambiente corporativo, que, a cada dia está mais fortalecido, especialmente na AccorHotels?

Essa luta para acabar com as barreiras de gênero, cor e raça é importante porque quem tem as mesmas competências deve ter as mesmas chances como qualquer pessoa teria. Em muitas ocasiões o homem ainda passa na frente. O fato de uma mulher assumir a Diretoria Financeira no México é uma forte mensagem da empresa, de que as condições são iguais para todos e que é a meritocracia que vale. O que conta é a capacidade e o talento do colaborador. É sempre bom quando isso acontece, é um exemplo que fica para todo mundo, de respeito, equidade e que o talento faz a diferença. A empresa oferece condições iguais para que o talento do colaborador aflore.

Qual a importância de a AccorHotels ter um programa destinado apenas às mulheres da empresa, como o WAAG, que promove o empoderamento feminino para todas as colaboradoras AccorHotels no mundo?

É importante que a empresa adote uma postura clara. O fato de haver um programa como o WAAG, apoiado pelo CEO na França e pelo Comitê de Direção de cada região, que são os nossos exemplos, é muito inspirador. Em termos de comunicação é fundamental ter o programa para que não restem dúvidas sobre nosso posicionamento. O WAAG parte dessa mensagem forte da luta pela equidade, mas o que é bacana é que se traduz em iniciativas concretas e ações reais no dia a dia, como por exemplo o programa de mentoring, que eu acho fantástico. O cargo de Diretor Financeiro seria naturalmente destinado a um homem, preferencialmente francês. Mas a empresa mostrou em uma ação concreta que os valores que a gente prega são, de fato, praticados, pois a oportunidade no México foi dada a uma mulher, brasileira.

Gostaria de deixar uma mensagem aos seus colegas do Brasil?

Vou sentir saudades. O Brasil é a minha casa, passei 15 anos na AccorHotels América do Sul, uma família que me deu todas as chances de aprender, ter desafios e crescer. Aproveitem esse ambiente que o Grupo oferece e não tenham medo da mudança, pois ela é sempre algo muito bom. Quando o ambiente nos proporciona isso é fantástico. Sentirei saudades, mas estou muito feliz, sem arrependimentos.

 

Entrevista do Mês: Regiane Queija

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